domingo, 20 de abril de 2014

SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Segundo Mclnnes (1999), surdocegueira é uma deficiência única que muitos indivíduos com surdocegueira congênita adquirida precocemente possuem deficiência associadas tais como físicas e intelectuais.
Para Mc Innes (1999), as pessoas que têm surdocegueira apresentam dificuldades em observar e imitar comportamento de pessoas que venham a ter contato, ocasionado pelas perdas visuais e auditivas. Com isso, surgem as técnicas “mão-sobre-mão” [Mão sobre mão: a mão do professor é colocada em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem o controle da situação] ou a “mão sob mão” [Mão sob mão: a mão do professor é colocada embaixo da mão do aluno de modo a orientar o seu movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com segurança], que são importantes estratégias de intervenção que permitem a comunicação com a criança com surdocegueira.
A pessoa com surdocegueira deverá ser estimulada a usar a visão e a audição residuais, como também os outros sentidos remanescentes por meio de informações sensoriais necessários que provoquem sua curiosidade. É fundamental a necessidade de uma pessoa para mediar e trazer informações de maneira integral e coerente.
Os sistemas de comunicação devem ser adquiridos para que a pessoa com surdocegueira responda significativamente ao meio ambiente e o avanço nas estratégias de desenvolvimento levem menos tempo para ocorrer.
O ambiente necessita ser adequadamente organizado e planejado, a fim de possibilitar a interação da pessoa com surdocegueira com outras pessoas e objetos. Isso facilita as pessoas com surdocegueira a realizar antecipações e a realizar suas escolhas.
Segundo a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989, deficiência múltipla é a associação de duas ou mais deficiências primárias (intelectual/visual/auditiva/física) no mesmo indivíduo que acarretam sérias consequência no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
Conforme Orelove e Sobsey (2000), os indivíduos com deficiência múltipla apresentam acentuados comprometimentos cognitivo, associados às alterações no domínio motor ou no domínio sensorial (visão ou audição), onde necessita de apoio permanente ou de cuidados de saúde específicos.
As necessidades da pessoa com deficiência múltipla, segundo Nunes (2002), podem ser agrupadas em três etapas:
- Necessidades físicas e médicas da pessoa com deficiência múltipla: as limitações sensoriais, a postura e a mobilidade, as convulsões, controle respiratório e pulmonar, problemas com deglutição e mastigação e saúde mais frágil com pouca resistência física.
- Necessidades emocionais de: afeto, atenção, oportunidade de interagir com o meio e com o outro, desenvolver relações sociais e afetivas, estabelecer uma relação de confiança.
- Necessidades educativas devido a: limitações no acesso ao ambiente, dificuldades em dirigir atenção para estímulos relevantes, dificuldades na interpretação da informação e dificuldades na generalização.
Em relação a abordagem educacional, a pessoa com deficiência múltipla necessita de um ambiente reativo, isto é, que responda as suas iniciativas. Seu tempo de resposta deve ser respeitado e as habilidades de fazer escolhas devem estar dentro de suas atividades programadas. 

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